Pesquisa
Aplicativo auxilia familiares no tratamento de autismo
Projeto foi apresentado em 2019 na Feira de Ciência e Tecnologia de Três Lagoas (Fecitel) - Foto: Acervo Pessoal
Voltado a ajudar pais ou responsáveis nos cuidados de pessoas diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), um aplicativo foi desenvolvido por meio da Iniciação Científica e Tecnológica no Campus Três Lagoas do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS).
Intitulado “Stims”, o projeto partiu de dificuldades enfrentadas por aqueles que convivem diretamente com pessoas que têm o transtorno, como entender os processos iniciais do tratamento, necessidade de apoio constante e o fato de que grande parte das ferramentas existentes é pensada apenas para os pacientes.
“A plataforma busca auxiliar no entendimento do autismo, ajudando na adaptação da rotina e conhecimentos básicos de como proceder em determinas situações. O intuito é facilitar a obtenção de habilidades como interação social e aprendizagem”, destaca a estudante Gabriela Martins, bolsista no projeto.
A criação do aplicativo envolveu diretamente a estudante Gabriela Mira Martins e o professor de Informática/Desenvolvimento Web da unidade, Douglas Toledo, que atuou como orientador.
Premiado em eventos como a Feira de Ciência e Tecnologia de Três Lagoas (Fecitel) e a Feira de Tecnologia, Engenharias e Ciências (Fetec/MS), o projeto recentemente ficou com o 3° lugar na categoria “Ciências Exatas e da Terra – Computação”, da edição 2021 da Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec).
O destaque no evento, realizado virtualmente em outubro, rendeu uma credencial para participação na Feira Nacional de Ciência e Tecnologia do Colégio Dante Alighieri (Fenadante), que ocorrerá em São Paulo (SP).
Iniciação Científica – Gabriela, 18, que conclui o curso técnico integrado em Informática no IFMS em julho deste ano, participou de dois ciclos da Iniciação Científica e Tecnológica na condição de bolsista.
O interesse pelo tema surgiu a partir da familiaridade dela com o TEA, uma vez que possui uma irmã autista. Estima-se que existam dois milhões de portadores do transtorno no país e 70 milhões no mundo, sendo a maior incidência em pessoas do sexo masculino.
Algumas características comuns são as deficiências na comunicação verbal e não-verbal, padrões de comportamento estereotipados e limitação das atividades e interesses. O tratamento é realizado por profissionais de diversas áreas, como fonoaudiólogos, psicólogos, psicopedagogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, neurologista, entre outros.
O transtorno não apresenta cura, porém com o tratamento é possível amenizar os sintomas.
“Para isso, são necessários uma intervenção e o diagnóstico precoce. Os responsáveis muitas vezes não são preparados para receber o diagnóstico, nem instruídos a como proceder com o tratamento, o que de certo modo acaba por atrasar o desenvolvimento do paciente”, explica Gabriela.
“Agora faremos testes no aplicativo, junto a pessoas que tenham interesse em utilizá-lo. Dessa forma, buscaremos aprimorá-lo e validá-lo, fazendo as alterações necessárias, a partir das sugestões que serão colhidas, antes de disponibilizá-lo à comunidade”, informa o orientador , Douglas Toledo.
Aplicativo – Para desenvolvê-lo, a estudante utilizou conhecimentos e conceitos relacionados à metodologia científica, Transtorno do Espectro Autista, o papel da família no tratamento, design e experiência de usuários, prototipagem, ferramentas para desenvolvimento web e mobile.
Também foi aplicado um questionário virtual junto a 79 participantes, cujo principal objetivo era verificar os principais problemas enfrentados por aqueles que estão presentes no ambiente autístico.
“A plataforma busca auxiliar no entendimento do autismo, de forma simples e clara, ajudando na adaptação da rotina e conhecimentos básicos de como proceder em determinas situações, além de dar suporte ao tratamento. O intuito é facilitar a obtenção de habilidades como interação social e aprendizagem, entre outras”, destaca.
Entre as funções disponíveis no aplicativo, até o momento, estão o cadastro e o cronograma de atividades para a pessoa com TEA, além de orientações sobre o transtorno.
Como Gabriela ingressou recentemente no curso de Engenharia da Computação, também do Campus Três Lagoas, a continuidade do projeto está garantida.
“Agora faremos testes formais envolvendo o aplicativo, junto a pessoas que possam ter interesse em utilizá-lo. Dessa forma, buscaremos aprimorá-lo e validá-lo, fazendo as alterações necessárias, a partir das sugestões que serão colhidas, antes de disponibilizá-lo à comunidade”, informa Douglas.
Na Mostratec, realizada de forma virtual, o projeto foi premiado na categoria “Ciências Exatas e da Terra” - Foto: Acervo Pessoal
Pesquisa – A Iniciação Científica e Tecnológica do IFMS é um programa institucional que tem o objetivo de possibilitar que estudantes dos cursos técnicos de nível médio e superior da instituição desenvolvam competências e habilidades em atividades de pesquisa.
Os editais de seleção abertos anualmente têm foco no incentivo à participação dos estudantes nos projetos desenvolvidos nos campi, aprimoramento do processo de formação para o mundo do trabalho e otimização da qualidade do ensino no Instituto Federal, associado à pesquisa e à extensão.
Saiba mais na página do Programa de Iniciação Científica e Tecnológica do IFMS.