Internacionalização
Ofertada formação técnica a professores moçambicanos
Localizado no sudeste da África, Moçambique é um país que compartilha com o Brasil a língua portuguesa. E essa conexão está ainda mais estreita com a visita de professores moçambicanos aos campi Ponta Porã e Nova Andradina do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), onde participam de uma formação técnica na área de Agricultura.
A ação de formação é resultado de um acordo de cooperação entre o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) e a Secretaria Especial de Ensino Técnico-Profissional (SEETP) de Moçambique. No total, 75 professores moçambicanos realizam intercâmbio em todo o país, três deles no IFMS.
"A agricultura de precisão e o processamento de alimentos são novidades para nós. O estágio no IFMS vai me ajudar a ensinar meus alunos a como resolver problemas com pragas, sobre germinação de sementes, além de melhorar a nossa dieta", afirma o professor Danilo Bissueque.
Os temas abordados na formação técnica incluem mecanização agrícola, sistemas de irrigação, análise de solos, produção de sementes, processamento de alimentos e metodologias de ensino.
Para os participantes, a experiência tem sido enriquecedora, pois trazem novas perspectivas sobre a prática agrícola e a educação no setor.
Danilo Daniel Bissueque, licenciado em Agropecuária e mestre em Gestão Ambiental e Recursos Hídricos, destaca as diferenças entre Brasil e Moçambique.
"A agricultura de precisão ainda é novidade para nós, em Moçambique, e também o processamento de alimentos. O estágio no IFMS vai me ajudar a ensinar meus alunos a como resolver problemas com pragas, sobre germinação de sementes, além de melhorar a nossa dieta", afirma.
Além dos aprendizados técnicos, Danilo também explorou a cultura local. “Gostei muito do churrasco e do frango com molho, que não sei como se chama, mas é delicioso!”, conta animado.
Pelágia da Paz Taquinha, licenciada no ensino de Agropecuária, ressalta o quanto a experiência tem sido enriquecedora.
"Aqui, os estudantes têm muita liberdade e proximidade com os professores, o que é diferente do que estamos acostumados", relata Pelágia da Paz Taquinha, professora de Moçambique onde, segundo ela, os estudantes não podem se alimentar durante as aulas.
"Aqui, os estudantes têm muita liberdade e proximidade com os professores, o que é diferente do que estamos acostumados", relata emocionada com a experiência. Ela conta que em Moçambique os estudantes não podem se alimentar durante as aulas.
Em relação à vivência cultural, o Tereré, bebida típica de Mato Grosso do Sul, além da recepção calorosa do povo fronteiriço, chamaram a atenção. "O povo de Ponta Porã é maravilhoso e acolhedor", complementa Pelágia.
Idania Augusta Adriano Félix, do Instituto Politécnico Familiar Rural de Mecubúri, ficou impressionada com a oportunidade de aprender novas tecnologias de máquinas agrícolas. "Tudo o que vemos aqui, já vimos no YouTube, mas estar de frente com a coisa é mais impactante", comenta.
Quanto à questão de aproximação cultural, Idania não viu muita diferença entre os povos e julga que ambos são acolhedores. “O povo brasileiro, em particular o de Ponta Porã, é maravilhoso, acolhedor, simpático, enfim é tudo de bom, na questão cultural não achei muita diferença com a nossa!”, afirma calorosamente.
"Tudo o que vemos aqui, já vimos no YouTube, mas estar de frente com a coisa é mais impactante", comenta a professora Idania Augusta Adriano Félix, ao aprender novas tecnologias de máquinas agrícolas no Campus Nova Andradina do IFMS.
O diretor do Campus Ponta Porã, Izidro de Lima Júnior, ressalta a importância dessa troca cultural e educacional para as comunidades acadêmicas.
"Foi uma experiência fantástica. É a primeira vez que recebemos alguém da África, e ficamos muito felizes em poder proporcionar um intercâmbio cultural e acadêmico. Para nós, a internacionalização no nosso campus é um objetivo importante, e estamos buscando cada vez mais ampliar essas parcerias".
Parceria - Esta é a 3ª Edição da Formação de Formadores Moçambicanos, focada na Agricultura Sustentável e adaptada ao contexto local. O curso capacitou multiplicadores de conhecimentos e práticas agrícolas.
A iniciativa é parte da Ação Simplificada BRAMOTEC, em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), o Conif e a Secretaria de Ensino Técnico-Profissional de Moçambique.
No total, 14 instituições da Rede Federal de Educação estão envolvidas na formação.