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Povos Indígenas

Lançado programa para fortalecimento dos Guarani Kaiowá

Programa Teko Porã, parceria do IFMS com o Ministério dos Povos Indígenas, iniciou oficialmente nessa segunda-feira, 14, em Amambai
por Juliana Aragão publicado: 15/04/2025 16h15 última modificação: 15/04/2025 16h15
  • Luis Eloy Terena, secretário-executivo do MPI, esteve presente no lançamento do programa - Foto: João Paulo Gonçalves

  • Programa é coordenado pelo pró-reitor de Desenvolvimento Institucional, Fernando Silveira - Foto: João Paulo Gonçalves

  • Diretor-geral do Campus Ponta Porã, Izidro Lima (à esq.), representou a reitora do IFMS - Foto: João Paulo Gonçalves

  • Cerimônia foi realizada na Escola Estadual Indígena Mbo’eroy Guarani Kaiowá, em Amambai - Foto: João Paulo Gonçalves

Foi lançado nessa segunda-feira, 14, o 'Programa Teko Porã: Fortalecimento do Bem Viver do Povo Guarani Kaiowá', parceria entre o Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) e o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) que prevê investimentos em ações para o fortalecimento territorial, cultural, social e econômico das comunidades do sul do estado.

"São mais de 240 bolsistas indígenas, portanto é um programa 'com' e 'para' os povos Guarani Kaiowá do sul do estado", destaca o secretário-executivo do Ministério dos Povos Indígenas, Luis Eloy Terena.

A cerimônia foi realizada na Escola Estadual Indígena Mbo’eroy Guarani Kaiowá, no município de Amambai, com a presença do secretário-executivo do MPI, Luis Eloy Terena; do diretor-geral do Campus Ponta Porã do IFMS, Izidro Lima, representando a reitora Elaine Cassiano; e do coordenador-geral do programa, Fernando Silveira, que ocupa o cargo de pró-reitor de Desenvolvimento Institucional do Instituto Federal.

"O programa prevê grandes ações para as comunidades Guarani Kaiowá da região do Cone Sul, o que inclui soberania alimentar, fortalecimento da cultura e da educação indígena, elaboração dos planos de vida dos povos dessa etnia e um programa de proteção das casas de reza. São mais de 240 bolsistas indígenas, portanto é um programa 'com' e 'para' os povos indígenas", destaca o secretário-executivo do MPI.

O coordenador-geral do Teko Porã lembra que o programa foi construído com ampla participação dos Guarani Kaiowá.

"As metas são fruto de escuta, diálogo e respeito à autonomia dos povos indígenas. Não se trata de levar soluções prontas, mas de construir junto – com os Guarani Kaiowá coordenando, facilitando, registrando, rezando, traduzindo, e colocando em prática seus próprios projetos de vida. O Teko Porã é mais do que um programa: é uma ação coletiva pelo bem viver, fortalecida pelo protagonismo de quem mais entende o território, a cultura e os caminhos que queremos trilhar", enfatiza Fernando.

"O Teko Porã é uma ação coletiva pelo bem viver, fortalecida pelo protagonismo de quem mais entende o território, a cultura e os caminhos que queremos trilhar", enfatiza o coordenador-geral do programa, Fernando Silveira.

Para o representante da reitora do IFMS no evento, o programa devolve a força de um povo originário.

"O lançamento oficial do Teko Porã, em uma das aldeias atendidas pelo programa, marca a parceria entre o IFMS e o Ministério dos Povos Indígenas, que tem como objetivo levar dignidade a essas comunidades de povos originários. Ao trabalharmos questões como a preservação das tradições e das crenças, queremos fortalecer a presença dos Guarani Kaiowá na terra que é deles por direito", ressalta Izidro.

A maioria dos coordenadores das metas do Teko Porã compareceu ao lançamento oficial do programa. São eles os docentes do IFMS Joao Batista Alves de Souza (meta 1), Cryseverlin Dias Pinheiro Santos (meta 2), Gesilane de Oliveira Maciel José (meta 3), Guilherme Cunha Princival (meta 4), Mariana de Oliveira (meta 5), Odair Diemer (meta 6), Antonio Luiz Viegas Neto (meta 7) e Robson Lubas Arguelho (meta 8).

  • Uma das metas do Teko Porã é fomentar ações de fortalecimento da mulher indígena - Foto: João Paulo Gonçalves

  • Um dos pilares do programa é fortalecer a ancestralidade Guarani Kaiowá - Foto: João Paulo Gonçalves

  • Outra meta diz respeito à proteção das casas de reza das comunidades - Foto: João Paulo Gonçalves

Programa - Por meio do Termo de Execução Descentralizada (TED) no valor de R$ 6,8 milhões, o IFMS é responsável pela execução de oito metas do plano de trabalho, que buscam fomentar a autonomia indígena, a segurança alimentar, a preservação cultural e a proteção ambiental. São elas:

  1. Elaboração de Planos de Gestão Territorial e Ambiental (PGTAs) 
  2. Fomento a ações de fortalecimento de mulheres e jovens indígenas
  3. Implementação do Projeto Tekojoja: Semeando Liberdade
  4. Desenvolvimento de iniciativas de proteção às casas de reza
  5. Valorização cultural da Dança Kipaé
  6. Fomento à piscicultura sustentável
  7. Implementação de quintais produtivos
  8. Publicação do Programa Teko Porã

"O programa já está sendo executado desde fevereiro, com a realização de visitas aos tekohas (territórios indígenas), registros, apresentações e a identificação de localizações estratégicas para a execução das metas", explica Fernando.

Além dos mais de 140 indígenas que recebem bolsa para participar da execução das metas, a iniciativa conta ainda com outros 50 bolsistas que atuam em diversas áreas, como antropólogos, engenheiros ambientais, sociólogos, entre outros profissionais. O processo seletivo foi realizado em fevereiro deste ano.

O plano de trabalho prevê que as metas sejam finalizadas até março de 2026.

Mais informações sobre o programa e a explicação sobre cada meta estão disponíveis na página Teko Porã.